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6.1.1 Interesses nacionais versus regionais
                  Apesar de todos os marcos alcançados pela SADC ao longo da sua história, as contradições
                  frequentemente aparentes entre os interesses nacionais e regionais constituem um desafio que
                  tende a abrandar o ritmo da integração regional. Portanto, é necessário encontrar um
                  equilíbrio adequado entre os interesses nacionais e regionais de uma forma que demonstre
                  haver confiança nas instituições regionais que foram criadas pelos Estados Membros, através
                  do reforço do nível de delegação de competências a tais instituições. Além disso, recomenda-
                  se fortemente o uso dos interesses nacionais como alicerce para estimular os interesses regionais.
                  6.1.2 Enquadramento na legislação nacional e implementação
                  Apesar de todos os seus sucessos, existem preocupações que são frequentemente levantadas no
                  que diz respeito ao ritmo lento e à falta de implementação das decisões e acordos da SADC. Por
                  exemplo, embora a maioria dos protocolos da SADC tenha sido ratificada, o seu enquadramento
                  no ordenamento jurídico interno continua lento e, portanto, atrasa a realização dos objectivos de
                  desenvolvimento da SADC. Este processo envolve o alinhamento das legislações e políticas
                  nacionais com os acordos regionais, o que traz à tona o papel do Poder Legislativo.

                  6.1.3 Mecanismos de conformidade e aplicação
                  Pode-se notar que existem mecanismos eficazes limitados para fazer cumprir as obrigações e
                  compromissos dos Estados Membros. É necessário conceber mecanismos mais eficazes para
                  garantir o cumprimento e a aplicação.

                  6.1.4 Mecanismos institucionais
                  Embora as reformas institucionais adoptadas por blocos económicos regionais como a SADC     145
                  sejam necessárias para promover a integração regional, essas reformas frequentemente colocam
                  muita ênfase na forma que as instituições identificadas devem assumir, em vez de se concentrar
                  mais  nas  funções  que  devem  desempenhar.  Colocar  as  funções  no  centro  do  processo  de
                  reestruturação  colocaria  a  Comunidade  Económica  Regional  numa  melhor  posição  para
                  responder às realidades aos níveis regional e nacional. Além disso, há lições a serem colhidas das
                  experiências de outros grupos regionais em África que se saíram melhor na condução das suas
                  agendas de integração regional.

                  6.1.5 Capacidade para cumprir a Agenda de Integração Regional
                  A capacidade em várias dimensões aos níveis regional e nacional é um grande desafio que
                  precisa ser enfrentado se se pretender que a agenda de integração regional seja concretizada
                  com mais eficiência e eficácia.

                  6.1.6 Participação das Partes Interessadas
                  Há necessidade de consultas regulares com as partes interessadas, na sua diversidade, para dar a
                  oportunidade à comunidade mais ampla de participar efectivamente na materialização da agenda
                  de integração regional, em linha com as disposições do Tratado da SADC de 1992. Para este fim,
                  é necessário fortalecer as Comissões Nacionais da SADC para fornecer viabilizar a recolha das
                  contribuições das partes interessadas a nível nacional na formulação das políticas, estratégias e
                  programas de acção da SADC.

                  6.1.7 Desenvolvimento da Perspectiva de Género
                  Pode-se enfatizar excessivamente que a incorporação da perspectiva de género é uma questão
                  económica que envolve a libertação de energias e ideias de metade da população para
                  trabalhar com a outra metade, ao lado dos homens, para contribuir para o desenvolvimento
                  económico. Esse esforço conjunto estimulará o crescimento económico, criará empregos de
                  alto nível, apoiará as comunidades, aumentará a produtividade e reduzirá a pobreza, através
                  da inclusão económica. Por exemplo, a adopção de um orçamento com uma perspectiva de
                  género nas economias regionais pode libertar o potencial das mulheres para participarem em
                  áreas mais produtivas da economia e, portanto, contribuir para o crescimento da renda
                  nacional e das receitas do Estado.
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