Page 152 - sadc40port
P. 152
CAPÍTULO 6
CONCLUSÃO
A SADC começou como uma
ideia, um sonho que parecia
impossível na situação da época,
mas não poderia haver solução sem
ela. Na coragem dos primeiros
passos foi encontrado o ímpeto para
prosseguir com a implementação,
por mais difíceis que fossem os
obstáculos. E eles eram difíceis.
A SADC foi forjada no forno
continental que foi alimentado pela
visão de liberdade e unidade, e
emergiu no seu âmago através da
filosofia dos países independentes
que se uniram para apoiar a
libertação daqueles que não eram,
para construir a unidade a partir da
fragmentação, a democracia a partir Cruzando o Rio Limpopo em Beitbridge
do holocausto e a paz a partir das
142 cinzas do sistema racista de apartheid.
Os anos emergentes da SADC são difíceis de imaginar agora ou explicar às gerações que
não estavam presentes, mas a região e as suas instituições emergiram em liberdade junto das
fronteiras do racismo e do apartheid, na linha da frente. A SADC surgiu não tanto da resistência,
mas da vontade de um povo e da determinação dos seus fundadores visionários de traçar o seu
próprio destino, juntos.
Após a independência da Namíbia, em 1990, e quando a África do Sul estava a avançar a
passos firmes rumo ao estabelecimento de uma governação maioritária, a SADCC foi
transformada, em 1992, em SADC, como uma Comunidade Económica Regional (CER), um dos
blocos de construção da unidade continental, através da União Africana.
Na primeira década da sua formação, muito foi alcançado pela SADCC nas várias áreas
de cooperação, mas a sua maior conquista foi o estabelecimento de uma base sólida para a
integração regional. A SADCC gerou um espírito de solidariedade entre um grupo mais amplo de
Estados Membros e um sentimento de pertença regional que foi além dos governos, indo até à
comunidade mais ampla.
Na primeira década de formação, muito foi alcançado pela SADCC nas várias áreas de
cooperação, mas a sua maior conquista foi no estabelecimento de uma base sólida para a integração
regional. A SADCC gerou um espírito de solidariedade entre um grupo mais amplo de Estados
Membros e um sentimento de pertença regional que foi além dos governos para uma comunidade
mais ampla.
Antes da SADCC, a África Austral estava fragmentada, fechada dentro das fronteiras
coloniais, e se transformou novamente, em 1992, quando a Namíbia independente acolheu a
assinatura do Tratado da SADC por 10 Estados Membros para se tornar uma comunidade
regional, e em 1994, quando a África do Sul emergiu das masmorras do apartheid para, em
liberdade, aderir à Comunidade como o seu décimo primeiro Estado Membro.
Mais cinco países colheram os benefícios de aderir a esta comunidade económica regional
desde então, trazendo a sua diversidade única para perfazer um total de 16 Estados Membros em
2020, na parte continental da África Austral e no Oceano Índico - Angola, Botswana, União das
Comores, República Democrática do Congo, Reino de Eswatini, Reino do Lesoto, Madagáscar,
Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, República Unida da
Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
A experiência de alargamento constante da composição da SADC é por si só prova viva da
crescente influência da comunidade económica regional nas relações internacionais. O
desmantelamento da fragmentação é um processo que leva tempo, especialmente no meio de
ataques das forças neocoloniais que continuam a manipular aberta e secretamente os sistemas
políticos e económicos na região e no continente em geral.