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A Força em Estado de Alerta da SADC lidera a Força Africana em Estado de Alerta em 2019
                                De Janeiro a Junho de 2019, a SADC liderou a Força Africana em Estado de Alerta (FAEA), que
                                é uma ferramenta importante da arquitectura de paz e segurança africana para a prevenção,
                                                            gestão e resolução de conflitos no continente. A FAEA é
                                                            uma força de manutenção da paz multidisciplinar que se
                                                            tornou totalmente operacional em 2016, constituída por
                                                            contingentes militares, da polícia e pessoal civil destacados
                                                            para responder rapidamente a uma crise, sem entraves
                                                            representados  por  qualquer  ónus  pesado  de  natureza
                                                            política e instrumental, e é alicerçada em mecanismos de
                                                            prontidão  estabelecidos  entre  as  cinco  sub-regiões  da
                                                            África, que são escaladas numa base rotativa semestral. A
                                                            Força em Estado de Alerta da SADC esteve envolvida em
                                                            uma  série  de  exercícios  militares  em  preparação  para
                                                            assumir as suas funções de manutenção da paz a nível
                                                            continental, tendo o mais recente, o Exercício Umodzi, sido
                                                            acolhido pelo Malawi, de 1 a 17 de Outubro de 2018.

                                Resposta Coletiva a Desastres
                                Os Estados Membros da SADC reagiram rapidamente no fornecimento de apoio ao Malawi,
                                Moçambique e Zimbabwe depois de terem sido atingidos pelo Ciclone Tropical Idai a 14-15
                                de Março de 2019, que causou fortes chuvas e ventos, tempestades, deslizamentos de terra e
                                inundações. Quase 3 milhões de pessoas foram deslocadas e cerca de 1.000 pessoas morreram
        76                      num dos piores desastres a atingir a África Austral, deixando um rastro de destruição e inibindo
                                o acesso a cuidados de saúde, alimentação, assistência social e comunicações no centro de
                                Moçambique, sul do Malawi e leste do Zimbabwe. Houve grandes danos à terra e a infra-
                                estruturas de habitação, saúde, educação, água, agricultura, transporte, indústria, energia,
                                TIC e turismo. A tempestade destruiu estradas, pontes e represas e revelou a necessidade de
                                investir em infra-estruturas resilientes ao clima.
                                          O lançamento do Apelo Regional de Assistência para a Resposta ao Desastre foi um esforço
                                colaborativo dos governos dos Estados Membros afectados e do Secretariado da SADC, através
                                do  Grupo  de  Trabalho  Técnico  de  Emergência  e  Resiliência  composto  por  uma  equipa
                                multissetorial que trabalhou com os departamentos nacionais de gestão de desastres, agências da
                                              ONU  e  organizações  não  governamentais  e  angariou  apoio  material  e
                                              financeiro junto de países vizinhos. Este foi um marco importante na resposta
                                              a desastres, pois permitiu documentar as necessidades e os défices em recursos,
                                              destacar as intervenções de recuperação iniciais e os esforços humanitários e
                                              de criação da resiliência, assim como propiciou no processo de recolha de lições
                                              para uma melhor preparação, resposta e coordenação aos níveis nacional e
                                              regional. Seguiu-se o ciclone Kenneth, que atingindo o norte de Moçambique,
                                              acompanhado de ventos com força de furacão e chuvas fortes, apenas seis
                                              semanas depois de o Ciclone Idai ter devastado uma ampla área mais a sul.
                                              Estes são os ciclones mais fortes já registados em África e no hemisfério sul. O
                                Secretariado da SADC e os Estados Membros estão a desenvolver uma estratégia, a Estratégia
                                      de Prontidão e Resposta a Desastres da SADC, para fornecer mecanismos de resposta e
                                       recursos adequados para a gestão eficaz de desastres no futuro.

                                       Solidariedade com a República Árabe Saaraui Democrática
                                       A  Conferência  de  Solidariedade  da  SADC  com  a  República  Árabe  Saaraui
                                       Democrática  foi acolhida pela República da África do Sul, em Joanesburgo, a 25-26
                                       de Março de 2019, para mostrar o seu apoio ao povo do Sahara Ocidental, conforme
                                       fora acordado na 37ª Cimeira, que afirmara que era chegado o momento de o Sahara
                                       Ocidental ser livre e independente. O Saara Ocidental está sob ocupação marroquina,
                                       apesar de várias declarações de organismos regionais, continentais e internacionais,
                                       incluindo a União Africana e as Nações Unidas apelando à sua desocupação.
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